"Com este projeto procuramos dar à sede do Banco Safra uma concepção diferente, que a destacasse dos prédios vizinhos, tornando-a, se possível, um ponto de atração na arquitetua da cidade. Com esse objetivo recortamos a laje de cobertura do pavimento térreo, deixando que o núcleo central do edifício descesseaparente até o solo. Com isso - pelo menos na fachada principal - evitamos a solução corrente e o prédio repousa sobre o andar térreo, prejudicando a visão do conjunto e sua verdadeira escala. O partido adotado levou-nos a criar diante da entrada do Banco Safra uma pequena praça o que lhe dá a importância procurada. E projetamos o edifício na forma octogonal, ao contrário da solução retangular que normalmente ocorreria e que daria, obrigatoriamente, à fachada principal de menor dimensão, aspecto secundário.

Definida a forma do bloco e o recorte da cobertura do térreo, passamos a aprimorar nossa arquitetura: primeiro separando o bloco alto em dois setores, fazendo-o assim mais leve e elegante; depois, protegendo-o do sol com placas verticais. É claro que tudo isso foi se fixando de acordo com as conveniências internas: centralizando acessos e sanitários, criando os espaços úteis que o trabalho solicita, protegendo-os, prevendo divisões móveis e a flexibilidade desejável.

E o mesmo cuidado mantivemos no andar térreo, com os halls e circulação verticais rigorosamente independentes, tanto para o Banco Safra quanto para os escritórios e o grande salão do banco com um jardim suspenso, sem roubar áreas úteis, garantindo ambiente melhor, mais claro e ventilado.

O projeto do Banco Safra estava pronto, controlado pela maquete e pelo texto explicativo. É o prédio diferente, lógico e funcional que pretendíamos." *1

 

 

*1 NIEMEYER, Oscar. Banco Safra. Rio 10.5.974. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer.