Obra / Arquitetura

ILHA DE LAZER EM ABU DHABI
Ano: 1981
Local: Abu Dhabi
País: Emirados Árabes Unidos
Descrição:

 

"No caso dessa ilha tão bonita e singular, o importante, a nosso ver, é criar para os visitantes um espetáculo global e inesquecível. Para isso propomos o "monorail" que os levará por toda a ilha, surpresos com sua beleza mas também, como tudo nela é diferente e inovador.
Do cais, vindos dos canais ou de helicóptero, eles seguem no 'monorail' para esse passeio fascinante. O primeiro setor que surge é o das Mil e uma noites, depois, o 'zoo', a zona hoteleira, as habitações, o centro de recuperação ou rejuvenescimento e a marina.
 
Vejamos, por etapas, todos esses setores.
 
Mil e uma noites 
O primeiro setor  é o das 'Mil e uma noites' , seleção dos velhos contos árabes, caracterizando a vida no oriente. É um tema fabuloso que entregue a um diretor de talento, permitiria os mais belos cenários, com filmes, etc. Adotada essa idéia, se afastaria a Disneylândia programada, que nada tem a ver com o mundo árabe. Como seria importante rever aquelas histórias... ('Simbad, o marinheiro', 'Ali Baba e os 40 ladrões', 'o califa Haroun al-Rachid', 'Aladim e a lâmpada maravilhosa' ... Contos árabes de origem persa, cheios de beleza e poesia. Este setor, acreditamos, seria uma das principais atrações da Ilha.
 
O Jardim zoológico nada teria a ver com os 'zoos' existentes pelo mundo. Teria um aspecto didático que deles o diferenciaria completamente. Assim, a entrada seria pelo edifício-museu, onde os visitantes veriam a evolução das espécies sentindo como as devemos preservar. Daí, pela galeria externa, suspensa 5 m do solo, eles percorreriam o 'zoo'. São grandes círculos de 800, 500 e 400 m de diâmetro. O primeiro é destinado aos animais de grande porte; tigres, leões, elefantes, etc., que eles veriam de cima, debruçados, tranquilamente, no peitoril da galeria; No dos pássaros, a galeria seria protegida com tela, dentro do enorme viveiro, e no dos peixes ela ficaria submersa e o mundo submarino visto pelas suas escotilhas.
 
O setor hoteleiro, que prevê expansão futuro, seria constituído de hotéis, centro de convenções, cinema, teatro, biblioteca, locais de esporte e lazer. Seus programas iriam dos grandes congressos, aos festivais de música e cinema.
Uma grande praça disciplinaria o conjunto que um pequeno  posto com lojes, boutiques, bares e restaurantes completaria.
 
Do outro lado da zona hoteleira ficam as residências e bangalôs. Aproveitando as condições locais, eles abririam para os canais internos que completam a circulação fluvial da ilha. E teriam tipos diferentes, embora mantendo a unidade arquitetônica. Seria um casario branco, avarandado feito para a vida mais natural e esportiva que a ilha oferece.
 
O Centro de rejuvenescimento - geriatric center - acompanharia o espírito e a técnica dos já realizados na Suiça e na Rumânia - convocando como aqueles enorme clientela. Seria uma construção beseada na melhor técnica científica e por isso mesmo uma das grandes atrações da ilha.
O último setor da ilha se destina ao Clube Náutico, com um grande porto, salas, auditório, apartamentos etc. O clube abriria para os canais com ligação direta para o mar.
 
Circulação
A base da circulação é feita pelos canais e para os visitantes pelo "monorail". Isso daria à ilha um efeito diferente sem carros, nem poluição. Nas habitações seriam previstos canais secundários e nos pontos de acessos, os embarcadouros indipensáveis. Para chegar à ilha haveria também um heliporto.
Para as ligações secundárias, dentro de cada setor se utilizariam pequenos carros com motor à bateria."  *1
 
 
*1 NIEMEYER, Oscar. [Ilha de Lazer - Abu-Dhabi}. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer.