"Numa biblioteca o importante é a flexibilidade interna. 

Para isso não é bastante a adoção de paredes removíveis, mas também, a possibilidade de multiplicar a área do arquivo, de capacidade imprevisível, evitando assim a construção de futuros blocos anexos, desarticulando o esquema funcional estabelecido.

Neste projeto o arquivo tem 10mts de altura e um sistema de vigas aparentes que permite duplicá-lo ou triplicá-lo com a simples colocação de elementos de piso pré-fabricados. Esta solução possibilita manter os acréscimos de forma orgânica, dentro do bloco de arquivo e do sistema de transporte mecânico adotado. Mesmo nos outros setores, nos serviços complementares localizados nos extremos do arquivo, a flexibilidade foi bem cuidada, com a previsão de paredes removíveis, dentro de espaços para isso organizados.

De um lado, a entrada principal, os fichários, vestiários, centro de requisição de livros e os computadores; no 2º piso, a direção e as seções do arquivo; no 3º piso, os espaços de reserva que julgamos indispensáveis. Do outro lado, a entrada de funcionários, vestiários e os serviços de encadernação, classificação e catalogagem; no 2º piso a segurança e a microfilmagem e no 3º, o apartamento do administrador, o restaurante e a cozinha, com acesso independente.

No último pavimento fica o grande salão de leitura, divisável, diretamente ligado ao serviço de distribuição de livros do arquivo. No subsolo, a estação de remessa de livros para o Supremo Tribunal Federal, também diretamente ligada ao serviço de distribuição de livros do arquivo o que permite fazê-lo em poucos minutos.  Ainda no subsolo, o auditório, o museu, os serviços técnicos e a garagem. Separado do bloco principal fica localizado o serviço médico."  *1

 

 

*1 NIEMEYER, Oscar. [Biblioteca Supremo STF]. Rio. 14.10/80. Fundação Oscar Niemeyer. Coleção Oscar Niemeyer