"Quando localizei a figura de Juscelino Kubitschek 30 metros acima do solo, previ à sua volta para realçá-la no imenso céu de Brasília uma forma curva de concreto. Imaginando que eu deliberadamente desenhara uma foice e que o braço de Juscelino Kubitschek seria o martelo do emblema comunista, os militares durante muitos dias não permitiram que a figura de JK fosse levada para o alto fuste desenhado. O que fazer diante de tanta fantasia? E ele ali ficou até que o presidente Figueiredo desfizesse o lamentável equívoco." *1
- O projeto do Memorial JK foi encomendado a Oscar Niemeyer em 1976 por D. Sara Kubitschek, viúva de Juscelino, quando teve sua primeira versão elaborada. Em 1979, o Presidente João Figueiredo autorizou a doação do terreno pelo então governador do Distrito Federal, Aimé Lamaison, negada anos antes pelo Presidente Geisel, para a execução da obra. *2
- Em 1980, Niemeyer elaborou o segundo projeto para o memorial, que veio a ser o executado.
A alteração na forma do pedestal ocorreu devido a uma polêmica com os militares, que viam no primeiro estudo, com duas conchas, o símbolo comunista da foice. A polêmica continuou mesmo após a alteração do projeto, quando Niemeyer propõe apenas uma concha. *3
*1 KATINSKY, Júlio. Brasília em três tempos: a arquitetura de Oscar Niemeyer na capital. Rio de Janeiro: Revan, 1991. 79p. (p.54)
*2 MATTOS, Elisa. Memorial JK. Uma história de dedicação. Jornal de Brasília, Brasília, 26 jul. 1987. Caderno 2, p.10.
*3 MEMORIAL JK. Módulo, Rio de Janeiro, n.67, p.20-33, out. 1981.