"Do relatório que recebemos sobre a grande praça a ser construída no Cazaquistão a ideia que nos ficou foi o desejo de marcá-la com o clima de esperança, grandeza e justiça social que predomina nesse país.
Previmos uma torre com 150 m de altura, tendo no seu topo, com um destaque até hoje desconhecido, uma enorme bandeira. Nessa torre, solta no espaço, isolada de tudo, a 50 m de altura localizamos o setor ecumênico que se destinaria ao recolhimento e reflexão que o povo do Cazaquistão tão bem soube manter através dos tempos.
Olhamos o desenho, a torre altíssima projetada, e sentimos, satisfeitos, que não era com os edifícios que seriam na praça construídos que criaríamos a monumentalidade desejada, mas sim com essa imensa torre a simbolizar o progresso e o destino desse grande país.
E continuamos a desenhar aquela praça tão diferente, a biblioteca, o museu - uma cúpula de 100 m de diâmetro e 40 m de altura -, os diversos prédios que nela vão ser construídos. E, pouco a pouco, a arquitetura que preferimos começou a enriquecer essa praça original que vai surgir nesse país, onde a igualdade, a solidariedade e a busca de justiça social tão bem contrastam com este mundo todo voltado para o dinheiro e o poder que tentamos modificar." *1
*1 NIEMEYER, Oscar. Oscar Niemeyer: 1999-2009. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009. p.28